Quando você começa a sua jornada no BIM traz ainda bastante da mentalidade e abordagem dos desenhos 2D. E isso é absolutamente natural. Conforme você vai exercitando, aos poucos vai absorvendo os conceitos e visão do projeto não mais como um desenho estático, mas como um modelo vivo, uma construção virtual do que será executado. É a visão BIM.
Sabe o momento do filme Matrix quando o Neo passa a “ler” o código da simulação toda? É mais ou menos isso que vai acontecer com você quando entender bem o conceito de construção virtual / BIM e deixar para trás a abordagem 2d estática.
Sobreposição gráfica no local – porque usar o mínimo possível
Isso tudo é para dizer que é muito comum, logo que estamos começando, usar o recurso de sobreposição gráfica para “alterar” a aparência de um elemento.
Já que no AutoCAD você simplesmente pode alterar a cor de uma linha mudando suas propriedades ou seu layer é natural tentar fazer algo semelhante no Revit.
Só que no BIM isso traz um problema.
Não esqueça que no AutoCAD linhas são entidades geométricas que podem representar qualquer coisa como uma parede, um piso ou uma janela. Já no BIM não existem “linhas” exatamente, mas sim um sistema de representação gráfica dos elementos construídos.
Para manter o controle da representação dos elementos no Revit e sobrescrever os gráficos você deve usar os seguintes recursos:
- Controle de representação pelo VG (Visibilidade e gráficos)
- Estilo de linhas de corte (dentro da janela do VG) que controla a representação gráfica de cada camada das paredes, pisos e forros de acordo com a sua função: se estrutural, substrato, acabamento ou membrana.
- Filtros de vistas – filtragem específica dentro do VG que permite selecionar elementos por características únicas
Se você clicar com o botão da direita do mouse aparecerá um menu onde você poderá selecionar a opção de sobreposição gráfica do elemento ou da categoria. Assim você pode alterar a espessura, cor e preenchimento de qualquer objeto.
O problema é que, ao fazer isso, esse elemento passa a não ser controlado pelos recursos mencionados acima. Esses elementos então passam a não obedecer mais os controles globais de representação.
Fica muito fácil você cometer erros ou esquecer algum objeto perdido que está com a representação alterada pela sobreposição no local.
Imagine que você aplique um modelo de vista de plantas baixas executivas, por exemplo, que determina que as paredes terão hachura sólida. Em todas as suas vistas, portanto, as paredes obedecerão a essa regra que foi definida dentro do VG do Modelo de Vista. Todas as paredes menos aquelas que você aplicou sobreposição gráfica no local. Pegou?
O mesmo vale para filtros de fases que também não comandarão essas paredes alteradas.
CONCLUSÃO
Tente vencer o impulso de usar a sobreposição gráfica no local como uma medida rápida porque, além de trazer vários problemas de controle, demonstra que você ainda tem muitos resquícios da mentalidade do CAD 2D e que ainda não absorveu completamente o conceito BIM.
Procure entender onde e o que está controlando a representação dos elementos e vá na fonte para fazer esses ajustes. Use sempre modelos de vista e VGs para controles confiáveis além dos filtros de fases no caso de reformas.
Lembre-se que na construção virtual os elementos não tem “linhas” e sim sistemas de representação gráfica de geometricas tridimensionais.
Em outros artigos vamos nos aprofundar mais nesses temas. Por enquanto, com essas informações, você já vai eliminar muitos erros gráficos nos seus projetos e ganhar muito tempo.
Agora é mãos à obra!
Agora comente aqui se você já conhecia essas informações ou se tem outras para compartilhar conosco. Veja também nosso vídeo no youtube clicando aqui. Abração!
Deixe um comentário